Pesquisadores (1) encontraram modificações nas proteínas Spike (proteínas que conferem a característica de coroa ao vírus, bem como as responsáveis pela infecção nas células) que facilitam a ligação do vírus a uma enzima específica nas células humanas chamada enzima de conversão da angiotensina (ACE2).
Por que os resultados desse estudo apontam para uma origem natural?
1) Qualquer cientista maluco que quisesse criar um vírus para infectar a humanidade não teria escolhido essa conformação específica da proteína para infecção, já que o Coronavírus relacionado (SARS) que poderia ser utilizado como “molde”, não possui essa especificidade de ligação;
2) Após análise genômica, o “backbone” viral é próximo do coronavírus do morcego e a região que se liga a ACE2 se assemelha a um novo vírus encontrado nos pangolins. Isso fornece fortes evidências de que o novo Coronavírus surgiu na natureza.
Se o novo coronavírus tivesse sido fabricado em laboratório, é provável que os cientistas usassem o backbone de coronavírus como o SARS (já conhecido por causar doenças graves em seres humanos). A partir do alinhamento genético e de outras circunstâncias, acreditar que combinaram características de vírus encontrados em animais para criar um vírus com o objetivo de infectar a humanidade é algo risível. A hipótese de um possível acidente e “vazamento” do novo vírus não é impossível de ser levantada, porém, muito menos provável.
Obviamente, mais estudos serão realizados e teremos mais conhecimento sobre esse vírus e sobre a infecção, porém, você pode atribuir relevância a um estudo sério ou acreditar no Olavo de Carvalho, Bernardo Küster e demais atores do circo neoconservador brasileiro.
Referências: