Com exceção de bons grupos católicos de uma forma geral, a causa pró-vida mundial (inclusive a brasileira) é um simulacro do “pró-life” americano. Esse, por sua vez, possui ótimas iniciativas na defesa da vida do nascituro, porém – também com exceção de alguns grupos – não abarcam completamente a ortodoxia católica (inclusive na defesa da vida dos idosos).
Essa atuação – no contexto da atual pandemia – é traduzida na conduta anticientífica, negacionista e conspiracionista (conduta essa herdada de uma mistura de Liberalismo, Americanismo e Protestantismo norte-americano). Seus frutos se enquadram naquilo que o Papa Francisco chamou de “cultura do descarte“, que não se resumia ao descarte apenas do nascituro, mas também, dos idosos.
Além disso, mesmo dizendo-se “conservadores”, flertam com o Sionismo, Liberalismo, especialmente no desvio da visão católica de sociedade (ensinamentos da Quas Primas, Syllabus etc). Atacam o Comunismo, mas se calam sobre as condenações da Igreja ao Liberalismo, Maçonaria, e em especial, ao Americanismo. Além de vários grupos estarem envenenados consciente ou inconscientemente pelo Perenialismo (de Steve Bannon e Olavo de Carvalho).
Como católicos, não deixemos de separar as boas iniciativas dos erros como nos ensina santo Irineu de Lyon no seu famoso livro contra as heresias: “O erro, com efeito, não se mostra tal como é para não ficar evidente ao ser descoberto. Adornando-se fraudulentamente de plausibilidade, apresenta-se diante dos mais ignorantes, justamente por esta aparência exterior, — é até ridículo dizê-lo — como mais verdadeiro do que a própria verdade. Como foi dito, acerca disso, por alguém superior a nós: uma pedra preciosa, a esmeralda, que tem grande valor aos olhos de muitos, perde o seu valor diante de artística falsificação de vidro até não se achar alguém conhecedor que a examine e desmascare a fraude. Quem poderá facilmente detectar a mistura de cobre e prata a não ser o experto? Ora, nós não queremos que por nossa culpa alguns sejam raptados como ovelhas pelos lobos, enganados pelas peles de ovelhas com que se camuflam.”